Temos universidade. Falta mão de obra

Apesar da oferta de formação, há falta de mão de obra qualificada. A Univates é símbolo do desenvolvimento de Lajeado. Cresceu e se tornou referência no ensino superior no RS. Hoje, é desafiada a se reinventar e já não atende as demandas do mercado por profissionais. Novos modelos de formação e busca de profissionais de fora tem sido prática cada vez mais comum

A população de Lajeado cresce em média mil habitantes por mês. Em 2011, a cidade se aproximava das 80 mil pessoas. Hoje, pela estimativa do IBGE, já está em 91 mil. Esses números são consequências de três aspectos: empregabilidade, qualidade de vida e opções de qualificação profissional.

Neste último aspecto, a Univates se consolidou como uma das instituições comunitárias mais importantes do RS. Se por um lado há oferta de trabalho e condições de melhoria profissional, por outro, funções especializadas, que necessitam de conhecimento técnico, há dificuldade das empresas em fechar essas vagas. “Nossa região é dinâmica. Em especial pela atuação dos empreendedores, que buscam novos processos e investem em projetos voltados ao crescimento dos negócios”, avalia o diretor do Centro de Gestão Organizacional (CGO) da Univates Sandro Faleiro.

A partir dessa conduta do setor privado, há como consequência pouca oferta de mão de obra técnica. “Os profissionais mais qualificados já estão trabalhando. E há uma conduta de muitos empresários de não tirar trabalhadores das outras empresas.”
Ainda assim, na comparação com outras regiões, Lajeado e o Vale ainda tem uma mão de obra mais desenvolvida do que outras localidades, analisa Faleiro. Em termos de renda, dos mais de cinco mil municípios brasileiros, Lajeado está entre os 400 primeiros com melhor receita familiar. A cidade registra uma renda média superior aos R$ 22 mil por ano. Do total da população atual, pelo menos um terço está no mercado de trabalho formal.

“Na tecnologia a defasagem é enorme”

O fim da década de 80 foi o marco da urbanização da cidade. O território dedicado à produção primária foi sendo reduzido. Começou com as emancipações e depois com as expansões urbanas. Hoje o município tem 1% estabelecido como sendo área rural.

Com a necessidade por mais moradias, algumas decisões foram tomadas sem um planejamento adequado. Equívocos trouxeram dificuldades, em especial no saneamento básico, mobilidade urbana e gastos com infraestrutura pública.

Somado a isso, com o crescimento habitacional, também houve avanço da pobreza, com impacto direto sobre a habitação. Estima-se que em Lajeado 500 famílias vivam em imóveis abandonados, casas em áreas invadidas ou mesmo na rua.

A migração contínua e ausência de políticas públicas para o setor de habitação popular resultaram na criação de bolsões de pobreza na área urbana. O Residencial Novo Tempo, no bairro Santo Antônio, amenizou um pouco essa situação. Ainda assim, as políticas públicas se mostram insuficientes para atender essa demanda.

Entre as estratégias para reduzir este déficit, o governo analisa cinco áreas que foram invadidas e as condições para regularizar esses lotes. Em um primeiro momento, a prioridade é o bairro Santo Antônio. Com esse processo burocrático encerrado, é possível melhorar a qualidade das moradias.

A mão de obra do futuro

A evolução do trabalhador e da empresa não se concentra apenas sobre o uso das tecnologias. Também está atrelado aos quesitos relacionados à capacidade individual e inteligência emocional.

Solucionar problemas, ter autonomia sobre as funções e exercitar o pensamento crítico sobre os processos da empresa estão entre as habilidades esperadas pelo profissional do futuro, destaca o relatório Futuro do Emprego, do Fórum Econômico Mundial.

Dessa análise, permanece a expectativa de que metade dos profissionais que estão no mercado hoje precisarão se requalificar até 2025. Sobre esse ranking de competências do trabalhador, o gestor da Workana no Brasil, Daniel Schwebel, acrescenta outras virtudes importantes, tais como a resiliência, flexibilidade, liderança e olhar à inovação.

De acordo com ele, há um movimento contínuo das organizações em busca das qualificações técnicas. E, por vezes, as habilidades individuais ficam em segundo plano. “Ninguém tem certeza de como será o mundo depois da covid-19. Por isso será preciso apostar nas pessoas com essas habilidades.”

A imersão tecnológica transformou a forma de ver, planejar e interagir. A capacidade de solucionar problemas e de associar conhecimentos de outras funções nas empresas serão fundamentais, afirma o gerente de operações do Senai Lajeado, Jerry Amarildo Hibner.

De acordo com ele, o trabalhador tem que ser mais do que um executor de tarefas. Além da técnica na área de atuação, terá de aliar a habilidade de resolver problemas e ter conhecimentos diversos, em especial no controle das emoções.

No passado, o trabalho de produção em massa não precisava pensar, era repetir tarefas. “Hoje o profissional precisa ser resiliente, proativo, inteligente. Buscar soluções e conhecer mais áreas do que aquela que ele atua.”

Agente de desenvolvimento local

Como seria o Vale do Taquari sem a Univates? Uma pergunta retórica, pois hoje se tem certeza da relevância da instituição para a região. Uma instituição que nasceu em 17 de janeiro de 1969, a partir do esforço comunitário, de líderes locais que organizaram a chegada de cursos superiores, primeiro com Letras. Depois com Ciências Econômicas e contábeis.

Deste histórico, essas formações acompanharam a necessidade de desenvolvimento local. Eram profissionais em falta naquele tempo. Ao longo dessas cinco décadas, a Univates se tornou referência estadual e não poucas vezes, por meio de índices de desempenho, colocou o nome do Vale em destaque em nível nacional.

A evolução e o crescimento regional estão ligados à Univates. O que começou com três cursos se transformou, quando em 2018, a Univates recebeu o título de universidade e entrou para a seleta lista de 200 instituições de ensino superior com este título no país.

“A universidade tem como propósito ajudar no desenvolvimento da região. Inclusive o conceito de Vale do Taquari surge da Univates. Nesta história, sempre houve a preocupação em atender as demandas locais”, destaca a vice-reitora e pró-reitora de Ensino, Fernanda Storck Pinheiro.

Univates desafiada a se aproximar do mercado

Como seria o Vale do Taquari sem a Univates? Uma pergunta retórica, pois hoje se tem certeza da relevância da instituição para a região. Uma instituição que nasceu em 17 de janeiro de 1969, a partir do esforço comunitário, de líderes locais que organizaram a chegada de cursos superiores, primeiro com Letras. Depois com Ciências Econômicas e contábeis.

Deste histórico, essas formações acompanharam a necessidade de desenvolvimento local. Eram profissionais em falta naquele tempo. Ao longo dessas cinco décadas, a Univates se tornou referência estadual e não poucas vezes, por meio de índices de desempenho, colocou o nome do Vale em destaque em nível nacional.

A evolução e o crescimento regional estão ligados à Univates. O que começou com três cursos se transformou, quando em 2018, a Univates recebeu o título de universidade e entrou para a seleta lista de 200 instituições de ensino superior com este título no país.

“A universidade tem como propósito ajudar no desenvolvimento da região. Inclusive o conceito de Vale do Taquari surge da Univates. Nesta história, sempre houve a preocupação em atender as demandas locais”, destaca a vice-reitora e pró-reitora de Ensino, Fernanda Storck Pinheiro.

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