Casas já mobiliadas, APPs e mais de 1,4 mil leitos de hotéis

Em média, 70% das locações de imóveis são para moradores de outras cidades. Ou seja, Lajeado não para de atrair novos moradores, estudantes e investidores. E para facilitar a vida de quem aposta no município, empresas do ramo imobiliário e hoteleiro oferecem descontos para universitários e inovação no momento de fechar contratos com os clientes.

Lajeado possui hoje 32,6 mil domicílios registrados na área urbana e apenas 94 da área rural. É uma cidade voltada para o seu centro comercial, e cuja oferta de novas moradias cresce de acordo com o aumento populacional. Diante disso, também é cada vez maior o número de investidores adquirindo imóveis para posteriormente mobiliar a residência e alugar para terceiros.

Trata-se de uma nova forma de agregar valor ao imóvel. No bairro Universitário, por exemplo, um mesmo prédio possui apartamentos mobiliados e outros sem mobília para alugar. A diferença de preço mensal entre esses – em um prédio na Av. Avelino Tallini, em frente ao prédio 1 da Univates – pode chegar a R$ 500 ou mais, dependendo da complexidade e qualidade dos pertences disponíveis no apartamento.

O lajeadense Cristiano Jacques é sócio gestor de uma imobiliária tradicional na cidade. Só a empresa dele possui cerca de 550 imóveis para locação e mais de dois mil para venda. Segundo ele, cerca de 70% das locações são para de pessoas de fora, como estudantes e profissionais liberais. “Também vem muitos aposentados que escolheram Lajeado em função da localização, próximo a Porto Alegre e a Serra Gaúcha”.

Segundo Jacques, são diversas ferramentas inovadoras para atrair mais clientes e facilitar a negociação. Entre essas, cita como exemplo os 10% de descontos para alunos registrados no DCE da Univates. “Também temos o aluguel 100% online. Só vem aqui para pegar a chave e se mudar. Hoje temos o seguro fiança para a pessoa não se preocupar mais com o fiador. Não tem mais tanta burocracia”.

E quem procura imóveis em Lajeado possui alguns critérios básicos. O ponto básico é a localização. Depois, é o estado do imóvel. “Muitos estudantes querem locar um imóvel 100% mobiliado. Se a gente falasse isso há 10 anos, não teríamos essa opção. Agora sentimos essa necessidade e as pessoas estão oferecendo imóveis mobiliados, o que facilita muito para o inquilino”, reforça o empresário.

Nos últimos anos, e devido à crise e as altas taxas de juros, a locação se sobressaiu sobre a venda de imóveis na cidade. Agora, com os juros baixando, a tendência é aquecer as vendas. “Lajeado está no caminho certo. É uma cidade polo da região, e muitos investidores escolhem a cidade. Temos a universidade, bancos e amplo comércio. Acreditamos que nos próximos anos a cidade ainda vai crescer muito.”

Taxa de Ocupação mediana

A cidade possui hoje nove hotéis. São 1.453 leitos e 739 unidades habitacionais. Também há uma pousada em Lajeado com 30 leitos. As taxas de ocupação, conforme estimativas do Conselho Municipal de Turismo, não chegam a 50% na média. Dioni Viana Nascimento, 32 anos, mora na Holanda há 16 anos e veio a Lajeado a trabalho. Ele gostou da hospedagem no Vale do Taquari.

“Eu viajo o mundo a procura de produtos. Pesquisei os hotéis pelos clientes que me indicaram. Fiquei uma noite no hotel. Eu achei ótimo. Qualidade e atendimento muito bom. Comparando com outros hotéis que eu fiquei no Brasil, a diferença é enorme. Para mim o preço está bom pela qualidade. Gostei da acomodação, higiene e o atendimento bem amigável.”

Taxa de ocupação em hotéis de Lajeado está na média de 42%. São mais de 1,4 mil leitos na cidade

Já Érica Weishaupt Vieira Lima de Oliveira, 46 anos, cobra melhorias. Ela é Engenheira e mora em São Paulo. Veio a Lajeado para trabalhar em uma subestação de transmissão de energia. Ficou três dias na cidade. “Acho que ainda falta um pouquinho de modernização. Em geral, outros lugares já trabalham com cartão, e não com chaves. E o café da manhã não é tão rico em culinária local quanto em outros lugares.”

Para o veterinário Augusto Spohr, natural de Santa Rosa e que vem de duas a três vezes por semana para Lajeado, a cidade é um “centro geográfico”. “Eu trânsito muito entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Eu centralizo aqui. Conheço mais de 30 países e minha vida é dentro de hotel. Para mim, o custo-benefício de hotel em Lajeado não é bom. Mas dá certo porque é para pessoas que estão apenas de passagem.”

Ainda de acordo com Spohr, alguns hotéis lajeadenses não se atualizaram. “Outros cobram taxas extras sem necessidade. Se a gente for olhar, o custo não é alto. Mas para o benefício que oferecem, é. Eu acho que poderia ter mais hotéis com melhor custo-benefício aqui. Seria muito bom se tivesse disponibilidade de fazer o check-in pelo celular. Lajeado pode ser pioneiro nisto.”

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