Referência na saúde preventiva. Desafio de melhorar nas cirurgias e emergências

Lajeado possui um hospital referência, curso de medicina e uma estrutura de saúde básica e estratégia da família com 22 unidades. Mesmo assim, ainda há necessidade de avançar na qualificação dos atendimentos de emergência, especialidades e redução da espera por cirurgias eletivas

Cerca de 70% da população lajeadense recebe algum tipo de atendimento preventivo. Apenas em 2020, ano de pandemia, foram realizados cerca de 1,2 milhões de consultas médicas ou procedimentos. 

A estrutura municipal de saúde conta com 22 unidades básicas/ESF com especialidades no Montanha e São Cristóvão, um centro especializado em odontologia, duas farmácias, duas academias em saúde, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que é gerida de forma compartilhada com a Univates.

Na avaliação do secretário de Saúde, Cláudio Klein, o atendimento para questões de prevenção atende a demanda lajeadense. “De modo geral, os agendamentos pode ser feitos com espera de duas a quatro semanas, o que é preconizado como ideal para quem quer fazer uma revisão ou uma consulta preventiva”, pontua.

Além da rede municipal de saúde, Lajeado tem uma casa de saúde referência em âmbito nacional. Em dezembro de 2020, o Hospital Bruno Born (HBB) entrou para o seleto grupo de 3% das instituições brasileiras com nível 3 em excelência pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) – nota baseada na segurança, processos organizacionais e gestão integrada.

Com mais de 1,8 mil funcionários (sem contar terceirizados), o HBB realizou quase 7 mil cirurgias, internou mais de 8,5 mil pacientes e realizou mais de 28 mil atendimentos na emergência ou 24h no ano passado.

Avanços em 2021

Reformular o setor de emergência focado nos casos graves é um dos planos da diretoria do HBB para 2021. A casa de saúde também prevê reforma no centro cirúrgico, na unidade de cuidados paliativos e instalação de um novo equipamento de radioterapia.

Após alcançar o nível 3 em referência, a casa de saúde lajeadense fecha contrato com o Hospital Albert Einstein focado em uma certificação de qualidade internacional que ocupará 24 meses de trabalho.

Um dos desafios melhorar os cuidados no atendimento dos pacientes paliativos. O HBB estrutura internamente uma equipe médica, assistencial e multiprofissional focada nesse cuidado. Também projeta estrutura física com leitos específicos para tais atendimentos.

Quarto melhor curso do estado

Lajeado chega aos 130 anos com um curso referência em âmbito estadual. No ano passado, a Medicina da Universidade do Vale do Taquari (Univates) se classificou com a quarta melhor nota do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho (Enade) no estado.

O curso obteve nota 4 na escala que chega até 5, o que é indicativo de excelência. Essa avaliação garantiu a Medicina da Univates o posto de segundo melhor curso dentre as instituições privadas e a melhor no interior do estado.

A Medicina da Univates iniciou em 2014. Cinco anos depois, formou a primeira turma com 19 novos médicos.

Dificuldade nas especialidades

As principais carências relatadas por pacientes estão nos atendimentos de especialidades. Embora os serviços sejam de competência dos governos estadual e federal, cada vez mais o município precisa investir recursos para atender as demandas, informa Klein.

Em 2018, o governo assinou contrato com a Univates para garantir especialistas nos postos de saúde  em uma parceria classificada na época como inédita. “Embora seja responsabilidade de outras estâncias, o município acaba colocando recursos para que o atendimento seja qualificado. Mesmo assim ainda há carências em procedimentos específicos em determinadas especialidades”, reforça Klein.

As cirurgias eletivas também exigem aporte do governo lajeadense. Nos últimos dois anos, R$ 2 milhões foram aplicados para realizar mutirões com 600 cirurgias (além de exames necessários), diminuindo assim as filas de espera.

Em função da dificuldade de mapear o destino dos pacientes das cirurgias eletivas, a Secretaria de Saúde informou desconhecer o número de pessoas que ainda aguardam por procedimentos médicos em 2021.

O terceiro desafio para a saúde lajeadense é qualificar a rede de atendimento de urgência e emergência, pontua Klein. Conforme o secretário, o primeiro atendimento tende a ser eficiente na UPA ou HBB. Entretanto podem ser registradas deficiências na continuidade do processo quando os pacientes precisam de atendimento em outras casas de saúde. 

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